terça-feira, 20 de outubro de 2009

. . . caiu na rede, é peixe!

Corinthians x CRB - Série B - 2008

"Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar, se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar"

Concordo plenamente. O Skank tem toda a razão em dizer isso: só quem já foi ao estádio ao menos uma vez sabe como é a sensação de ver o seu time ganhar, de ver os seus ídolos driblando os adversários, de perder o fôlego junto com a torcida, que, entre canções e muita bagunça, espera. Como é torturante a espera pelo momento em que, juntas, todas as pessoas se abraçarão e entoarão o mesmo grito, respirarão o mesmo instante, explodirão da mesma felicidade!

É na música que o torcedor vai buscar a sua inspiração, a sua própria maneira de se mostrar satisfeito ou não com a performance dos jogadores em campo. A torcida do Corinthians, por exemplo, canta em uníssono "Não para, não para, não para, vai pra cima, Timão!" quando percebe que as coisas não vão bem lá embaixo, longe das arquibancadas. Por outro lado, a música pode mostrar o sofrimento do torcedor, como em "E o juiz apitou", de Wilson Batista.

"Eu tiro o domingo pra descansar/ Mas não descansei/ Que louco eu fui/ Regressei do futebol/ Todo queimado de sol/ O Flamengo perdeu/ Pro Botafogo/ Amanhã vou trabalhar/ Meu patrão é Vascaíno/ E de mim vai zombar"

Já Jorge Ben Jor decidiu utilizar a música para homenagear João Batista de Sales, jogador do Flamengo com pouco mais de 15 anos, na época, responsável pela vitória do clube, de 3 x 2, contra o Benfica, de Portugal. Foi para ele que criou a música "Fio Maravilha".

"Fio maravilha, nós gostamos de você/ Fio maravilha, faz mais um pra gente ver/ E novamente ele chegou com inspiração, com muito amor e emoção com explosão/ Sacudindo a torcida aos 33 minutos do segundo tempo, depois de fazer uma jogada celestial"

Assim como ele, Marcelo D2 também se inspirou em um jogador. No caso, o Fenômeno Ronaldo, atual membro da equipe do Corinthians.

"Jogo na linha, a 9 é minha/ Ninguém tasca, eu vi primeiro/ Artilheiro, eu sou Ronaldo/ O meu desejo é ser criança/ E não perder a esperança de ver o jogo mudar [...] E quando o tempo é de Copa/Os gringo fica ligado/ Mais de 170 milhões são Ronaldo/ R9, todo mundo sabe: homem-gol"

Se existem músicas para os times regionais, não poderiam faltar aquelas feitas para a Seleção Brasileira. Um dos exemplos mais conhecidos é a música "A taça do mundo é nossa", composta por Maugeri, Müller, Sobrinho e Dagô, no final da Copa do Mundo de 1970.

"A taça do mundo é nossa/ Com brasileiro, não há quem possa/ Êh eta esquadrão de ouro/ É bom no samba/ É bom no couro/ O brasileiro, lá no estrangeiro/ Mostrou o futebol como é que é/ Ganhou a taça do mundo/ Sambando com a bola no pé"

Paixão comprovada do brasileiro, o futebol atrai verdadeiras multidões para os estádios. De crianças a torcedores fanáticos há muitos anos, nos 90 minutos de jogo, nada mais importa. Olhar fixo no campo, a hora é de extravasar, se deixar dominar pela adrenalina, pela tensão à flor da pele. É hora de deixar de ser empresário, motorista, professor e médico para se transformar, somente, em torcedor. (: