sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Um dia você aprende que...

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Gratidão: juros da consciência
(Vítor Caruso)

Mais um ano está chegando ao fim e acho que é importante reconhecer as lições que pude aprender ao longo destes 12 meses. Vamos lá:

- Às vezes é preciso mudar para que a vida ganhe um novo sentido. Nosso dia a dia é uma caixinha de surpresas; imprevisível demais para nos apegarmos a situações ruins e sentimentos já ultrapassados apenas por ser mais cômodo manter as coisas como estão;

- A frase "o ano passou rápido demais" não pode ser uma desculpa para deixar para trás grandes amigos. Só percebemos o quanto sua companhia nos faz falta quando nos sentamos ao seu lado e relembramos o porquê de nos entendermos tão bem;

- Viajar expande horizontes e te coloca em contato com culturas e idiomas diferentes. Não há nada de errado nisso (principalmente se você viajar em classe executiva e puder dormir durante todo o voo); 

- As pessoas são diferentes e é preciso enfatizar mais suas qualidades do que seus defeitos. No fundo, todos lutamos pelas mesmas coisas: um trabalho digno, dinheiro suficiente para pagar as contas e garantir certo padrão de vida, amigos sinceros e amor correspondido; 

- Nunca estaremos completamente satisfeitos no trabalho. O salário talvez não seja dos melhores, mas me garante aquela entrada de R$ 25 no cinema (o que é um grande absurdo) e um ingresso de R$ 360 para o show do Bon Jovi. Porém, antes de tudo, é importante refletir: eu realmente faço aquilo que amo? É realmente inevitável se irritar com clientes e trabalhar sob pressão em 25 dos 30 dias de cada mês?

- Bons livros são nossos melhores amigos. Obrigada, J.J Benítez, por escrever os nove volumes de Operação Cavalo de Troia!

- Ter fé não significa ir para a igreja ou frequentar um centro espírita todas as semanas. Conversar com Deus antes de dormir, meditar, respeitar o próximo e saber agradecer pelas dádivas recebidas todos os dias já tornam o mundo um lugar muito mais agradável de se viver;  

- O amor é, de fato, o mais bonito dos sentimentos e pode, sim, por experiência própria, nascer a partir de uma bela amizade. Não há nada capaz de superar a cumplicidade, a gentileza, o carinho, a boa vontade ou um abraço apertado depois de um dia difícil. Amar é esquecer todos os problemas só de ver o outro sorrir;

- É extremamente importante saber perdoar e se colocar no lugar da outra pessoa quando as coisas fogem ao nosso controle. Infelizmente ainda somos egoístas demais e acreditamos que o mundo existe para nos servir. Se a dor for forte, experimente parar de falar sobre o assunto. O tempo cuida do resto;

- Verdadeiros amigos sempre reaparecem. É assim que Deus nos mostra quem são os protagonistas da nossa história;

- Deus não só escuta seus pedidos, como move céus e terras para atendê-lo do melhor modo possível. Experimente silenciar a mente e ouvi-Lo de vez em quando; 

- Baladas têm prazo de validade (e o meu já venceu). Nada contra música alta, mas estes lugares sugam nossa energia como um aspirador recolhe o pó acumulado debaixo da cama; 

- Pratique yoga e desfrute de seus maravilhosos efeitos colaterais. A yoga não só acalma a mente, como incentiva o autocontrole e a disciplina, características necessárias em qualquer momento de nossa vida;

- Ser tolerante vai muito além de concordar com o que a outra pessoa diz apenas para que ela fique quieta mais rápido (e esta é uma virtude que preciso desenvolver com urgência); 

- As coisas boas sempre se sobrepõem às ruins. Se você parar para pensar, tem muitos mais motivos para comemorar do que para se entristecer. É o que dizem: "quando uma porta se fecha, uma janela se abre" (é isso mesmo? não sei...). Se o ditado estiver certo, basta ter a coragem necessária para ir além do parapeito;

- Todos nós carregamos um "sexto sentido" que só precisa ser desabrochado;

- Acredite na sua intuição (e na intuição da sua mãe. Ela NUNCA erra);

- Como diria William Shakespeare, "não importa o quanto você se importa, algumas pessoas simplesmente não se importam". Isso significa que pessoas queridas vão te entristecer em algum momento - seja na aparente falta de interesse, no orgulho demasiado ou na displicência com que lidam com suas boas notícias. Nem todo mundo consegue, pelo menos por enquanto, ficar feliz pelas conquistas dos outros e é preciso saber compreender. Isso não significa que não gostem ou torçam por você;

- Tire fotos. As imagens têm o poder de gravar, para sempre, um cenário, um momento, um rosto. Por mais que a sua memória seja boa, alguns detalhes vão se perdendo naturalmente e é sempre gostoso sentir aquele friozinho na barriga ao ver uma foto e poder reviver determinada situação; 

- Faça aquilo que você realmente tem vontade. Nem todo mundo entende meu desejo de falar árabe, mas só eu sei a satisfação que me dá saber falar e escrever "eu gosto de ler histórias" ou "tenho fome" naquele idioma cujo alfabeto é, segundo minha avó, "cheio de desenhos". Somos movidos por desejos tão íntimos que talvez nem nós consigamos compreender, em um primeiro momento, a necessidade de satisfazê-los. 


Cante mais, cante errado ou cante fora do ritmo. Dance descontroladamente, aprenda a tocar um instrumento qualquer, leia gibis, assista a filmes ruins, ria de si mesmo, vá a parques de diversão, conte piadas, desenhe (ou ria dos seus desenhos, no meu caso), coma feijão com gelatina se quiser (e juro que tem quem queira e diga que é delicioso), faça simpatias, persiga seus sonhos, estude. Divirta-se, desapegue-se, acredite. Transforme-se e, junto com você, transforme todos que estiverem ao redor. A vida não tem hora marcada para acabar, então não é como se tivéssemos todo o tempo do mundo. 

Esta é a mensagem que deixo para 2014, que já bate à nossa porta com 365 oportunidades. Aproveite! :-)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

- quando foi que eu entrei pra sua história?

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A vida é uma coisa engraçada. Ontem peguei um caderno antigo e li partes de textos que eu mesma escrevi há três, quatro anos. Foi divertido relembrar situações já em partes esquecidas, mas, além do alto nível de drama em quase tudo o que continha a minha letra, fiquei feliz por perceber que eu mesma não mudei com o tempo.

 É claro que desenvolvi umas poucas qualidades a mais e, digamos, consegui aperfeiçoar alguns defeitos, mas a essência permanece intacta, assim como as principais pessoas com as quais me relacionei ao longo dos anos.

Fiquei com pena de mim mesma ao ver quantas horas perdi escrevendo sobre queridos e queridas que simplesmente não valiam a pena, mas hoje sei da importância dessas dificuldades e consigo olhar pra trás sem sentir vontade de fazer grandes alterações. Em meio a cartas e cartões recebidos nestas 23 primaveras, percebi que a maior parte dos destinatários continua ao meu lado, enquanto outros não foram além das palavras, ainda que seu eco até seja gostoso de se ouvir de vez em quando...

As situações mudaram e, é claro, parte de mim se deixou transformar com elas. Mesmo assim, sempre fico com a sensação de que o tempo é, sim, capaz de superar tudo e de que não importa quantos séculos passem e quantas vezes o cenário mude: os personagens sempre serão os mesmos, ainda que com papeis diversos. Ainda bem! Não imagino minha história, em qualquer época que seja, escrita por mãos diferentes. Nada mais lógico, afinal... tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. :)