sexta-feira, 24 de abril de 2009


"A paciência é uma virtude, exceto quando se trata de separar os inconvenientes."
Margaret Thatcher



Eu acho que o que falta no mundo é paciência. Se tivéssemos mais deste sentimento, que deveria ser infindável, as coisas correriam de maneira muito melhor. É claro que não é sempre que você está afim de conversar, e, sim, muito mais interessado em observar, em silêncio, a pintura descascando em forma de alguma coisa no teto do seu quarto. No entanto, a lei de Murphy está aí para isso. Quem não concorda que, precisamente nos dias em que a sua ira está atingindo o nível mais elevado e quase te levando à loucura, as coisas parecem acontecer do modo o mais desordenado possível? Nunca as pessoas fazem tantas burradas, nunca a sorte te dá tanto as costas, nunca você dá tanto mole para o azar.

Você quer ficar longe e todos querem se aproximar. Sabe aquela pessoa com quem você não fala há muitos anos? Com certeza ela aparecerá à porta da sua casa, disposta a contar todos os pormenores de tudo o que aconteceu com ela durante todo este tempo em que se manteve distante. E aquele cara que te confunde com um psicólogo? Olha você de longe e vem correndo em sua direção, com o olhar já puramente melancólico. Uma coisa é querer desabafar, outra é despejar as coisas em você, que não ganha nada por estas horas perdidas de lamentações, é claro.

Você tem que chegar às 15hrs em determinado lugar. Obviamente você está atrasado, uma vez que nunca deveria ter se levantado neste dia tão pouco auspicioso, como diriam os indianos. O motorista do ônibus, que não deixa nem o Papa subir se estiver fora do ponto, neste dia se encontra no mais belo dia de sua vida e pára até para os pombos entrarem. Aquele farol, que nunca está fechado àquela hora, pifou, deixando a mais movimentada avenida mergulhada no mais profundo caos que pode existir. E, logicamente, às 14h57 você ainda se encontra muito distante do seu destino.

Não adianta reclamar. Não adianta xingar. Pense pelo lado bom: a TPM vem aí, logo em seguida, se você tiver sorte, para ceifar as alegrias que restaram naqueles que te aguentaram depois de dias como esse. (:

quinta-feira, 23 de abril de 2009

. . . a sete chaves

"Escrever é estar no extremo de si mesmo,
e quem está assim se exercendo nesta nudez,
a mais nua que há,
tem pudor de que os outros vejam
o que deve haver de esgar,
de tiques, de gestos falhos,
de pouco espetacular,
na torta visão de uma alma,
no pleno estertor de criar"

João Cabral de Melo Neto





E, aqui, dou vida aos mais íntimos pensamentos e loucuras que se passam pela minha mente, todos os dias. Porém, em primeiro lugar, apresento-me. (:

Apaixonada por livros e música, sou estudante de Jornalismo do terceiro ano. Faz-me pensativa ler sobre a cultura do Oriente Médio e, ainda que soe inacreditável, meu sonho é conhecer o Afeganistão e escrever sobre tudo o que faz parte de lá. Adoro passar os meus domingos assistindo a jogos de futebol, seja pela televisão ou berrando a plenos pulmões no estádio, ainda que me
ofereçam uma cerveja quando digo isso. :D'

Aprecio, é claro, todos os meus amigos e familiares, assim como gosto - e preciso - de um tempo dedicado somente a mim: para assistir, de pijamas e pela talvez vigésima vez, ao meu filme favorito, sem me interromperem ou reclamarem por eu repetir as falas junto aos atores; para ler, de novo e de novo e chorar e rir e me emocionar com as partes mais emocionantes de um livro que, para a grande maioria, não quer dizer nada; para ouvir a música que mais tem a ver comigo no momento sem precisar dar explicações a ninguém; para fazer bolas de sabão na varanda de casa enquanto não penso em absolutamente nada e simplesmente me delicio com aquele momento; para escarafuchar e rever fotografias que me levam a um sentimento, que estão associados a uma lembrança, que foi gerada em um tal dia que não volta mais...

Adoro reler as bobagens que eu escrevia há alguns anos e perceber o quão crescida eu estou, assim como tenho certeza de que adorarei reler tudo isto que agora escrevo quando for mais velha, para pensar "quanta tolice!..."

Gosto de sonhar quando não tem ninguém me olhando, de chorar quando estão todos dormindo e de pensar quase o dia inteiro, por mais estúpidos que os pensamentos possam parecer aos olhos alheios. Gosto de não gostar de fingir, de não gostar de fugir. Gosto de saber que nem sempre estou certa, que o branco é, às vezes, preto e que nada é tão ruim quanto parece. Gosto de tudo isso.