terça-feira, 30 de março de 2010

[Mais uma vez] na toca do Coelho


Readaptação em 3D de obra de Lewis Carroll faz de Alice adolescente e, de Johnny Depp, Chapeleiro Maluco

Já na década de 1950, as pessoas gostavam de histórias fantásticas. Enredos que envolvessem aventuras de personagens, aventuras estas bem impossíveis de acontecer na realidade, a bem dizer, eram bastante apreciadas. Um bom – e velho – exemplo disso foi gravado pelos estúdios Disney, em 1951, e se transformou em um clássico: Alice no País das Maravilhas.

Embora o desenho tenha quase 60 anos, mais antigo ainda é o livro no qual ele foi baseado, cujo nome é o mesmo do longa-metragem. Escrito em 1865, Lewis Carroll, o autor, não parou por aí. Sete anos mais tarde publicou a sua continuação, intitulada de “Através do Espelho”.

Se, nesta época, a história de Carroll foi um sucesso, é possível entender o porquê do diretor Tim Burton ter escolhido sua obra como tema para o seu novo filme. A nova versão de “Alice no País das Maravilhas”, ou, como é também conhecida, “Tim Burton’s Alice in Wonderland”, traz à tona velhos conhecidos da jovem protagonista, agora não mais uma menina de 11 anos, mas uma adolescente, de 19.

Assim como no enredo original, o filme mostra as mais inusitadas situações que Alice se depara durante a sua temporária estadia no País das Maravilhas. Ela encontra novamente personagens como a Lagarta, facilmente reconhecível pelo narguilé que fuma sem parar, a Rainha de Copas, durante a extravagante partida de críquete que participa, no qual os flamingos são os tacos e os ouriços são as bolas, e o Chapeleiro Maluco, tão ou mais insano do que na primeira vez em que a viu.

A grande diferença, além da faixa etária da atriz, é que Tim Burton optou por criar uma quarta versão, entrelaçada nas obras de Carroll e no desenho da Disney. Por não ser mais uma garotinha, Alice tem problemas maiores a resolver, como, por exemplo, esquivar-se de um pedido de casamento, fato que a leva, de novo, a perseguir o Coelho Branco.

Conduzida novamente para o divertido e colorido “reino” que frequentou quando criança, Alice estranhamente não se lembra de já tê-lo visitado antes, ao contrário de seus antigos amigos. Algumas cenas não fazem parte da história original, tendo sito inventadas pelo diretor. No entanto, a graça e os jogos de palavras, comuns no desenho e nos livros, permanecem, mantendo a essência da primeira versão.

A singularidade da maquiagem dos personagens, o “cenário expressionista”, como consta no Portal da Globo, e toda a excentricidade característica daquele que também dirigiu “Edward Mãos-de-tesoura” e “O Estranho Mundo de Jack”, fazem do filme uma atração às crianças, que conheceram Alice ainda pequena, e aos adultos, que se encantaram primeiramente pelas aventuras que leram nas palavras de Carroll.

As cenas, agora em 3D, fazem do “É tarde, é tarde, é muito tarde!”, famosa frase do Coelho Branco, uma alusão à tão aguardada espera pelo filme. Atores como Johnny Depp e Helena Bonham Carter, já grandes conhecidos de Tim Burton, integram o elenco, contribuindo para aumentar a expectativa daqueles que querem, mais uma vez, voltar à infância.